sexta-feira

Outras capitais (reonhecimento)

Buenos Aires, 22/06/007ñ. 04:34 da matina.

(segundo fasciculo de uma serie de oito, cujo primeiro episodio, infelizmente, nao pode ser registrado pelo seu pontencial de comprometer outros camaradas envolvidos.

Acordei com o ruihdo distinto do trem de pouso contra o asfalto da aeropista.
Entre a decolagem e o pouso, praticamente me desfiz da minha existencia, excetuando-se uns cinco minutos para consumir um lanche plastico, servido por manequins automatizados, em pleno voo.

Entre a aeroporto e o centro da capital, fui colhendo toda informacao que pude a respeito da terra estranha em que me embrenhava, entre bosques de pau seco e barracos.

No hotel Colon, fomos, os tres, dirigidos imediatamente para a lista de espera. A equipe, composta por Madame Milikas, comandante de operacoes, Yurao, incumbido das areas de registro visual e contatos e eu, que tratava de todo o resto, aproveitou a oportunidade para provar das famosas carnes portenhas.

Comemos e comemos, e fomos, assim que possivel, direto para os aposentos, em busca o irracional descanso que qualquer percurso exige, conforme sua extensao.

Algum tempo depois, nos reunimos no saguao para a primeira volta de reconhecimento do meio.
A cidade andava paralisada por conta de uma final de copa de futebol. Assim, acessamos nosso primeiro contato local imediato, que nos forneceu poucos dados uteis de fato, mais foij de grande valia para efeitos de ambientacao do grupo.

Seguiu-se uma minuciosa analise das propriedades caracteristicas do local, a comecar pelo que se dispunha em termos de provisoes e servicos disponiveis.
Ao termino da volta de reconhecimento, mais uma vez nos recolhemos em busca do merecido repouso, inviabilizado pela balburdia que se dava nas ruas, sob as janelas.

Enquanto a Comandante Geral ajustava as minucias do comando, desci com o velho Yurao a praca do obelisco, a fim de coletar mais dados e anngariar o material necessario para finalizacao da demanda.

Entre berros e brados dos seguidores da seita Boca Juniores, nos infiltramos.
Aproveitamos o momento para completar as informacoes que faltavam.

Dali, regressamos a base para ordenar os dados coletados e fazer os preparativos para a missa do dia que viria...

Um comentário:

Anônimo disse...

Fumando salgadinho e comendo bituca (da série tia zona style)


Pela primeira vez em duas semanas, estivemos na Argentina. Uma casa rota, à luz de vela, um só comodo para abrigar o tango reproduzido na vitrola esquecida eduas garrafas de concha y toro por quinze pesos cada.
Até entao, a melancolia como parte do ser argentino parecia nao passar de um mito forjado superficialmente nos dancarinos que maquinalmente exibiam as passadas do tango pelas ruas turísticas. Nao se sente a musica chororosa com a danca profundamente sensual. O tango e toda a tristeza tranquila, para dentro, e que invade tudo marejando os olhos de saudades, passa a ser meramente uma tradicao caricata.
No entanto nessa casa, até o homem que parecia o dono do lugar tinha um sorriso triste e tranquilo como de quem vivera tudo isso por uns trezentos e cinquenta anos. Mas só foram trinta.
O lugar era escuro e na penumbra dos olhos do velho parecia estar toda a Argentina. Cansada, antiga, mae. Mae de ventre rebelde. Os rebentos dela gritam, choram e esperneiam pelas ruas do Retiro e pela terra pisada de La Matanza: No chao, a marca do pneu queimado em plena Avenida de Mayo. E um rosto familiar pichado no muro.
De repente, o tango deu lugar ao Pink Floyd. E nos lembrou o que eramos, imersos naquele ar de que tudo ja estava feito, lembramos que apesar de termos vivido nos últimos dias como jovens senhoras e que o bar era apenas o cenário de um jeito peculiar de estar aqui. Lembramos que nao eramos pessoas de 40 anos como estavamos nos sentindo em diversos momentos. Na quase escuridao do quintalem que mal se via as pessoas da mesa ao lado:
- Julia, acho que você bateu a cinza na batatinha.
Era um salgadinho servido em um potinho parecido com o cinzeiro. Salgadinho com cinza. Mais adiante, na mesa de espirito geriátrico, Cássia, a velhinha já caduca e esquecida...
- Puts que merda, comi a bituca.
Cuspindo um salgadinho de filtro amarelo.
Nesse momento, sentinos culpa por nao participarmos mais do movimento estudantil.
Catchola e Juju
-Clínica de Recuperacao com turismo político
2 semanas =
-1 ressaca
-0 drogas pesadas
-6 e meio baseados
-25 carteiras de cigarro
-12 horas de sono diários
-1 hostel de hippies que acham que a gente é careta.