sexta-feira

Todas são

Primeiro viu o lustre, muito familiar, de todas as manhãs.

Daí viu-se todo estatelado, ao lado de um monte de carne.
O monte respirava, e exibia a entradinha do cofre semi encoberta pelo lençol e pela calcinha, vestida do lado avesso.
As carnes cheiravam forte, o lençol mantinha uma certa humidade, de suor e secreções variadas.

Não tem jeito, agente não se dá o valor...
As primeiras memórias da noite anterior vem chegando, do mesmo jeito que vão descendo os passageiros do trem, numa estação qualquer.

Saiu pelas calçadas e passarelas da madrugada procurando sarna prá se coçar, ou pelo menos um cachorro prá matar a grito.
Solidão e bebida, poeira leve. Farinha pouca é bobagem...

Deu no que deu

Virou-se e fingiu que era pesadelo, mas não demorou, e o pesadelo chamou.

-AmooOOOoooOOOoooOOooOor... - pustulenta lânguida!
Passaram a manhã no range mola, até o estrado dar um estalo.

Despediram-se cordialmente e às vezes fingem que não se reconhecem no metrô.

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