segunda-feira

Bolachas

Tudo se deu como se fosse de uma vez, mas foram duas.

Duas noites iguais em seus termos mais elementares.



Uma noite dupla, só podia mesmo desembocar em um dia duplo. Entra uma, sai outro. Entre uma e outro, reside o problema.

Pobrema dupro!



Dois casais ocupavam o Possante:

ele e ela, eu e um contrabaixo contra mim.
O baixo roncava alto e ocupava sete oitavos do banco de trás. Me conformei com meu oitavo, moído.

Íamos, os três, deixar a moça em casa.
Fomos.

Despertei com a sogra do rapaz rebocando corpo molambento e ébrio do próprio prá fora do bólido. Sacudindo pelo colarinho, feito fantoche.
A boa senhora distribuia tabefes e bolachas a esmo. Afinei, me encolhi no banco de trás e fiz cara de trompa.
Em vão.
Quando se saciou de esbofetear o mocinho, me ofereceu também um par de sardinhas e pôs todo mundo prá dentro. Serviu biscoitos e bolachas. Cafezinho.

Proseemos manhã adentro.
A sogra do outro fez-se um doce, arependida? Envergonhada?
A visitas se envergonhando sem saber; era madrugada de noite alta afinal de contas.
Tratou-nos a pão de ló, serviu-se frios, deu conselhos e ainda insistiu:
"leva esse livro, meu filho"(emprestou, mas fez questão de pôr o próprio nome e telefone na contra-capa).

Saímos era dia alto, atrasados pro próximo compromisso...
O livro é ótimo, os dois.

Telonios

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