Assim, no que chegava, o quente já estava quente.
Sabia que sempre alguém podia se levantar. Alguém sempre levantava...
Chegava junto, nunca manso.
Preferia chegar cedo.
Montava tudo e esperava.
Se fazia à vontade enquanto o circo se armava à sua volta.
Chegava manso, observando e abusando.
Cada um sabia de si e de seu lugar, mas tem hora que agente escapa dagente mesmo...
Por isso que, logo cedo, o segundo - que chegara primeiro - foi-se chegando a um pretinho básico que emoldurava uma branquinha-morena.
Formosa de nascença, presunçosa de educação, linda por inclinação e ingrata por profissão.
Ela soube ser simpática, tinha essa prática: risos, assuntos de vento.
Ele soube ser apenas sincero: assim como costumava ser.
Chegou o primeiro - não tão pouco tempo depois - , de conversível amarelo.
Mais que depressa vagou-se uma cadeira.
Ela foi exercer-se. Se prestava a ser agradável, e era.
Ele foi também, sentou num banco sem braço nem encosto e principiou o ritual. Se prestava a esquentar o baile, com caretas e ritmos.
Cada qual com sua profissão, funcionários em função.
Ela soube sair, vitoriosa, cabelos ao vento, aninhada num banco de couro.
Ele soube também, sempre soubera. Veio buscar o que buscava. Agora ia, inventando outros desejos.
Sobrou o outro. Outrora o primeiro, depois o segundo, enfim o último.
Tudo acabado, baile encerrado.
Atabaques e badulaques pesando no lombo.
O caminho de casa é longo, mas só e sozinho se chega lá...
Para Aline Rio Grande
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