terça-feira

Publiciverso IV

Era fim de junho.
Um menino, muito do pobrinho, choramingava lá no canto, vendo a lenha da fogueira de São João se queimar.
Para ele ali, naquela hora, nada era nada. Não ouvia foguete, não lia bilhete.

Era a última quermesse, e ela... continuava longe. Toda sorrisos do outro lado do pátio. Ele: lágrimas; e olhos.

O rapazinho tanto chorou que conseguiun até o que não queria: fez chover! Arruinou-se fogueira, quadrilha e noite dos mais bestas, que se deixaram impressionar pela garoa gorda.

Quem ficou viu, mas não pode contar. Nunca achavam palavras que bastassem para tanto espanto: o menino brilhava de luz, e a chuva que caía nele se derramava no chão. E eram gotas de prata pura!

Foi um milagre! Ou, quem sabe, alguma coisa que puseram no quentão...

Telônios

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